Abrace a potência de ser altamente sensível

Ana Roberta

Psicóloga Clínica

Desde que descobri que sou uma pessoa altamente sensível (PAS), tenho sonhado em disseminar este conhecimento para o maior número de pessoas possível.

Na época em que me deparei com o tema, não existiam livros ou materiais em português que explicassem, de forma simples, o que esse conjunto de características tão complexo e maravilhoso significa.

Ao longo dos anos, em minha busca por estudos sérios a respeito da alta sensibilidade, tive acesso a pesquisas avançadas conduzidas por especialistas em saúde mental em universidades dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia.

A Dra. Elaine Aron é uma das maiores referências em alta sensibilidade. O conceito ganhou força a partir da década de 1990, quando ela e seus colaboradores começaram a estudá-lo.

Com o avanço das pesquisas, cada vez mais pessoas começaram a se identificar como sensíveis ou altamente sensíveis. Em seus estudos iniciais,  a Dra. Aron desenvolveu um questionário para entender como as pessoas sensíveis percebem o mundo ao seu redor. Nesse estudo, quanto maior a identificação com as questões do questionário, maiores eram as chances de se tratar de uma pessoa com alta sensibilidade.

No meu e-book você terá acesso ao questionário formulado por ela (e, quem sabe, reconhecer-se como uma pessoa altamente sensível também).

Baixe gratuitamente o meu e-book: Será que você é uma pessoa sensível?

De acordo com as pesquisas mais recentes, pessoas sensíveis (ou altamente sensíveis) constituem cerca de 25% a 30% da população mundial, distribuídas de forma igualitária entre gêneros e raças.

A alta sensibilidade é um traço presente em mais de cem espécies diferentes, além da humana. Trata-se de um conjunto de características inatas, como a cor dos olhos, da pele ou a altura, ou seja, nascemos com esse traço. Ele não é uma doença a ser diagnosticada, e, portanto, não há “cura” para a alta sensibilidade.

O que existem são ferramentas e métodos para compreender e lidar com esse traço em um mundo predominantemente não-sensível. De forma simplificada, gosto de comparar a alta sensibilidade a ser canhoto em um mundo de destros – é necessário adaptar-se.

Quais os desafios que pessoas com alta sensibilidade enfrentam?

Pessoas Altamente Sensíveis (PAS) enfrentam diversos desafios, especialmente na regulação emocional, devido à sua capacidade de absorver e processar estímulos com maior intensidade e profundidade, sejam eles externos ou internos. Esses estímulos incluem:

Estímulos cotidianos

Barulhos, luzes, cheiros, sensações de fome, frio ou calor e desconfortos físicos

Estímulos subjetivos

Fatores de estresse no ambiente de vida ou trabalho, pressão por resultados e desempenho, conflitos familiares e doenças.

Situações extremas

Grandes catástrofes ou violências, mesmo que não ocorram na região onde a pessoa vive.

Como pessoas altamente sensíveis, nos sentimos impactados com mais intensidade pelas dores do mundo, sejam elas reais ou fictícias (como em filmes e séries), sentimos mais tensão (física, mental e emocional) e sobrecarga. Podemos, como resultado, passar a evitar situações nas quais sentimentos e sensações desconfortáveis possam aflorar.

Entretanto, a alta sensibilidade também está associada a vários aspectos positivos, como níveis elevados de criatividade, relacionamentos pessoais mais profundos, maior capacidade de observação e análise e uma maior apreciação da beleza nas artes e na natureza. Por isso, costumo dizer que a alta sensibilidade é uma potência!

Identificar-se como uma pessoa sensível é uma jornada enriquecedora, proporcionando aprendizados e insights valiosos. Acolher nossa sensibilidade é um ato de amor-próprio, capaz de nos oferecer muitas respostas sobre nossos sentimentos e emoções.

A conscientização da alta sensibilidade ao longo
da nossa trajetória pode abrir caminhos para um desenvolvimento mais sadio.

Reconhecer essa característica desde os primeiros anos de existência é fundamental para abraçá-la como uma parte valiosa de quem somos, permitindo-nos navegar pela vida de maneira autêntica e equilibrada.

Um recado gentil

Abraçar sua alta sensibilidade permite que você reconheça e valorize suas características únicas. Esse reconhecimento auxilia a desenvolver maior autocompaixão e tomar medidas para cuidar de si de maneira gentil.

Ao compreender que você é uma pessoa sensível, você tem a possibilidade de acolher suas características, reconhecendo suas particularidades.

Ao compreender que você é uma pessoa sensível, você pode adotar medidas de cuidado específicas no atendimento das suas necessidades. Isso inclui a busca por ambientes mais calmos e tranquilos, a prática de técnicas de regulação emocional e a criação de limites saudáveis em relação ao tempo e às demandas emocionais.

Ao compreender que você é uma pessoa sensível, você tem a chance de identificar padrões de pensamento e comportamentos que podem ser ajustados. Assim, você tem um crescimento pessoal significativo e uma melhor qualidade de vida.

Ao compreender que você é uma pessoa sensível, você pode descobrir como nutrir relacionamentos saudáveis. Você pode comunicar melhor suas emoções, estabelecer limites pessoais e buscar relacionamentos que sejam mutuamente respeitosos e acolhedores.

Ao compreender que você é uma pessoa sensível, você pode descobrir como nutrir relacionamentos saudáveis. Você pode comunicar melhor suas emoções, estabelecer limites pessoais e buscar relacionamentos que sejam mutuamente respeitosos e acolhedores.

Lembre-se: alta sensibilidade não é doença! Isso quer dizer que não existe diagnóstico. Ela é um traço, um conjunto de características, uma parte de você.

Trate essa parte com carinho