sentir nunca foi fraqueza

sentir nunca foi fraqueza

ser sensível… é existir em estado de poros abertos. um corpo que percebe antes da mente. 1ue traduz… antes que se nomeie. quem sente lê o mundo na textura dos silêncios. na fresta do não dito. na vibração do que escapa aos olhos desatentos. o corpo não é só morada. é corpo-antena. radar. instrumento afinado para perceber nuances que os outros não veem. sentir é tocar o invisível. é decifrar rachaduras. é habitar um estado onde tudo importa — até o que passa despercebido. porque há quem viva anestesiado… e há quem viva atravessado. quem habita um corpo de arquitetura sensível… sabe. sabe da beleza da profundidade. sabe, também, do peso da sobrecarga. o mundo, às vezes, grita alto demais pra quem sente assim. palavras cortam. olhares pesam. ambientes sufocam. e o corpo responde. no aperto no peito. no nó na garganta. no cansaço sem nome. mas se isso já foi peso… hoje, eu sei: é potência. porque quem sente profundamente… vive profundamente. e há uma beleza indomável nisso. se minha pele é fina… minha força é funda.

difícil, não. sensível.

difícil, não. sensível.

você já ouviu: “você é difícil demais.” difícil? não. sensível. difícil é segurar a avalanche de emoções num copo pequeno. difícil é sentir o não-dito, decifrar o invisível, traduzir o silêncio. difícil é explicar que não é drama, é intensidade. mas sensível… ah, sensível é outra coisa. sensível é ter antenas que captam o que o coração alheio sussurra. é se emocionar com o pôr do sol e enxergar poesia na rotina. é chorar com uma música, mesmo que sem entender a letra. sensível não complica, compreende. não exagera, amplia. não encena, sente. sim, às vezes pesa. o mundo é barulhento para quem tem alma em volume alto. mas, no fundo, ser sensível é como ser um mar profundo, repleto de corais, cores e tesouros. e, para mergulhar, é preciso cuidado para deixar o julgamento na superfície. então, da próxima vez que te chamarem de difícil, respire fundo. você não é difícil de lidar. é fácil de sentir. difícil? não. sensível. e, convenhamos, o mundo anda mesmo precisando de um pouco mais disso.

não confunda sensibilidade com fraqueza

uma não tem nada a ver com a outra – e eu posso provar. na engenharia, a rigidez excessiva de uma estrutura pode ser problemática, porque a falta de flexibilidade a torna mais suscetível a fraturas, caso ocorram condições adversas. termômetros são objetos sensíveis às mudanças de temperatura. são vitais para muitas áreas da vida e da sociedade: desde a meteorologia, no preparo de alimentos, passando pela segurança e, claro, no diagnóstico médico. nos aviões os sensores/ radares e sistemas de navegação são altamente sensíveis para detectar obstáculos, alterações nas condições do tempo e outros perigos. a sensibilidade, aqui, é crucial para navegações precisas. quanto mais sensíveis os componentes, mais seguros são os equipamentos. veja a sua sensibilidade como uma vantagem. ela resistiu há anos de evolução por algum motivo.