ser sensível… é existir em estado de poros abertos. um corpo que percebe antes da mente. 1ue traduz… antes que se nomeie.
quem sente lê o mundo na textura dos silêncios. na fresta do não dito. na vibração do que escapa aos olhos desatentos.
o corpo não é só morada. é corpo-antena. radar. instrumento afinado para perceber nuances que os outros não veem.
sentir é tocar o invisível. é decifrar rachaduras. é habitar um estado onde tudo importa — até o que passa despercebido.
porque há quem viva anestesiado… e há quem viva atravessado. quem habita um corpo de arquitetura sensível… sabe.
sabe da beleza da profundidade. sabe, também, do peso da sobrecarga.
o mundo, às vezes, grita alto demais pra quem sente assim. palavras cortam. olhares pesam. ambientes sufocam.
e o corpo responde. no aperto no peito. no nó na garganta. no cansaço sem nome.
mas se isso já foi peso… hoje, eu sei: é potência. porque quem sente profundamente… vive profundamente. e há uma beleza indomável nisso. se minha pele é fina… minha força é funda.